domingo, 13 de fevereiro de 2011

França: bispos contra criação de “bebê medicamento”

"Gerar um filho para ser usado - ainda que seja para um tratamento - é não respeitar sua dignidade", afirmaram 10 bispos das províncias do oeste da França, em um comunicado divulgado na última terça-feira, 8, pela Conferência Episcopal Francesa.
Os bispos - entre eles, Dom Pierre d'Ornellas, arcebispo de Rennes e presidente do grupo de trabalho episcopal sobre bioética - respondem dessa forma à notícia do nascimento do primeiro "bebê-medicamento" na França, em 26 de janeiro passado.
Trata-se de uma criança geneticamente selecionada entre muitos embriões, cujas células-tronco, coletadas do cordão umbilical no nascimento, deveriam permitir curar um irmão mais velho, que sofre de uma doença genética grave.
"Querer curar um irmão em humanidade enobrece o homem - dizem os bispos. Muitas pessoas dedicam suas vidas a isso! Acompanhar o sofrimento dos pais que têm um filho gravemente doente é um dever da sociedade. Compreendemos sua angústia e sua esperança na medicina."
"No entanto - afirmam -, legalizar o uso do ser humano mais vulnerável para curar é indigno do homem. Gerar um filho para utilizá-lo - mesmo que seja para curar - é não respeitar sua dignidade. O que dirá o filho quando descobrir que é um ‘bebê medicamento'?"
Os bispos consideram que "tal utilitarismo é sempre uma regressão". "É perigoso para uma sociedade não respeitar o interesse primordial da criança, especificado na Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança", dizem.
"Nós encorajamos as pesquisas para encontrar tratamentos cada vez mais adequados."
O comunicado foi assinado por Dom Pierre d'Ornellas, arcebispo de Rennes; Emmanuel Delmas, bispo de Angers; Yves Le Saux, bispo de Le Mans; Jean-Paul James, bispo de Nantes; Raymond Rye, bispo de Vannes; Thierry Scherrer, bispo de Laval; Alain Castet, bispo Luçon; Jean-Marie Le Vert, bispo de Quimper; Denis Moutel, bispo de Saint-Brieuc; e Nicolas Souchu, bispo auxiliar de Rennes.

Fonte: zenit

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