sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Beatificada a Madre Antonia Maria Verna

As Irmãs da Caridade da Imaculada Conceição de Ivrea estão em festa pela beatificação da sua fundadora, a Madre Antonia Maria Verna (1773-1838).

O secretário de Estado Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, celebrou o rito no último domingo, junto a milhares de fiéis na Catedral de Ivrea (na província de Turim), cidade de fundação da congregação.

Esta instituição, nascida no começo do século XIX, está presente na Turquia, Líbano, Israel, Estados Unidos, México, Albânia, Argentina e África.

Sobre o tema, ZENIT entrevistou Cristina Siccardi, especialista no estudo de figuras da História da Igreja, particularmente dos santos e beatos da região de Piamonte, do século XIX.

ZENIT: Quais são as principais virtudes da Madre Verna?

Cristina Siccardi: A Madre Antonia Maria Verna viveu em grau heroico as virtudes teologais e cardeais. Os testemunhos recolhidos na Positio para a sua canonização sublinharam de maneira particular sua alma profundamente humilde e amante da absoluta discrição.

Poderíamos indicar na humildade, simplicidade e caridade seus três pontos mais fortes. Seus lemas se tornaram também as raízes vitais do instituto que ela fundou. Aqui está o segredo da sua santidade.

ZENIT: Antonia Maria nasceu em 1773. Como a Revolução Francesa influenciou a sua vida?

Cristina Siccardi: Os ventos da ideologia “secularizante” e inimiga da Igreja que amadureceram no seio da Revolução Francesa desvaneceram também no território sub-alpino o senso religioso – fato que propiciou a imoralidade no tecido social.

Protestantismo, iluminismo, filosofia laicista e maçônica penetravam com facilidade na civilização europeia. Neste contexto, Maria Antonia, inteligente e clarividente, compreendeu que era o momento de agir e combater o mal.

Ela tinha apenas 19 anos e, no entanto, lutava pela fé e agiu na educação das novas gerações, instruindo-as cristãmente.

ZENIT: Como começou a fundação da Congregação das Irmãs da Caridade da Imaculada Conceição de Ivrea?

Cristina Siccardi: Ela sentia que Pasquaro era pequeno demais como ambiente de missão. Por isso, decidiu mudar para Rivarolo, entre 1796 e 1800, quando as campanhas napoleônicas semeavam ainda o ódio à religião e à Igreja, e também pobreza e delinquência.

A casa de Antonia Maria era muito pobre, composta só por um ambiente, que servia de “templo, cátedra e claustro”; lá, ela era professora e catequista.

No entanto, quis fazer mais. Assistiu os doentes a domicílio, tudo por amor a Cristo. O trabalho cresceu tanto, que ela não deu conta dele sozinha: entre 1800 e 1802, uniram-se a ela algumas jovens, e foi assim que nasceram as Irmãs da Caridade da Imaculada Conceição.

ZENIT: Quando esta comunidade foi reconhecida canonicamente?

Cristina Siccardi: Em 1818, a Madre Verna obteve a aprovação do instituto e assim pôde vestir o hábito religioso em 27 de novembro de 1835, quando chegou a esperada aprovação eclesiástica.

ZENIT: Como se desenvolveu o seu apostolado em Rivarolo Canavese?

Cristina Siccardi: Foi propriamente em Rivarolo onde a jovem Antonia Maria começou a trabalhar, tanto recolhendo meninos de rua (primeiras experiências de atividade escolar da primeira infância), como socorrendo com amor materno os doentes.

Em 17 de julho de 1837, foi inaugurado o orfanato, fruto de um trabalho comprometido que se havia realizado antes.

O segredo do êxito do Orfanato de Rivarolo foi o de buscar principalmente o espírito de sacrifício e de caridade da Madre Verna.

ZENIT: Qual é o carisma da Congregação das Irmãs da Caridade da Imaculada Conceição de Ivrea?

Cristina Siccardi: No mistério de Maria Imaculada que se dá sem cálculos inspira-se a congregação que a Madre Verna fundou.

A caridade é a esposa do apostolado e da gratuidade, é uma nota dominante, tanto da espiritualidade da Madre Antonia como do instituto.

Com humildade, simplicidade e sobriedade, suas filhas são chamadas a assistir e ajudar as crianças, doentes, pessoas solitárias e abandonadas.

Os privilegiados são os mais pobres. O ardor da caridade e o amor à Igreja as conduziu à missão infantil
FONTE: ZENIT

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