sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Felicidade é oferecer a vida como dom, afirma Cardeal


O prefeito da Congregação para os Bispos - órgão da Cúria Romana, com sede no Vaticano –, Cardeal Marc Ouellet, afirma que compreender o ser humano a partir do mistério da Trindade "poderia reavivar a esperança, exaltando o dom de si a Deus e aos outros como caminho de felicidade".É o que ele afirma no artigo que escreveu para a edição desta sexta-feira, 25, do jornal oficial do Vaticano L'Osservatore Romano, com o título "A novidade antropológica do cristianismo".Cardeal Ouellet indica que hoje há, de um lado, um grande clima de relativismo ético - segundo o qual todos são juízes particulares da própria existência – e, de outro, muitas aspirações ao amor e à liberdade que acabam enredadas nas pedras do individualismo e hedonismo. "As nossas sociedades geram uma massa de indivíduos solitários que não ousam se comprometer em um projeto de matrimônio para fundar uma família", afirma.O prefeito da Congregação vaticana lembra que essa insegurança no coração encontra raízes em um mal-estar mais profundo. Tomando como inspiração as palavras do Papa Bento XVI no Motu proprio Ubicumque et semper - através do qual instituiu o Pontifício Conselho para a Nova Evangelização -, ele recorda que o Pontífice descreve esse mal-estar como "o deserto interior que nasce lá onde o homem, desejando ser o único artífice da sua natureza e do seu destino, se encontra desprovido daquilo que constitui o fundamento de tudo", isto é, Deus."O Santo Padre repete essa mensagem desde o início do seu pontificado: 'O grande problema do Ocidente é o eclipse de Deus: é um eclipse que se expande. Definitivamente, todo o problema pontual pode ser reconduzido a essa questão'", cita Ouellet.Nova evangelizaçãoO Cardeal diz que está convencido de que a nova evangelização deve anunciar a novidade antropológica do cristianismo que emana do ministério trinitário. Mas o que isso significa?"A busca da felicidade que habita no coração do homem, as suas exigências afetivas, e sobretudo a sua aspiração à liberdade tornam-se incompreensíveis na ausência de Deus no horizonte, Deus que é Amor e que, por amor e através do amor, criou o homem à sua imagem e semelhança", responde o prefeito.Ouellet explica que essa concepção ficou praticamente esquecida por século, embora ocupasse um lugar central nas reflexões dos Padres da Igreja e de São Tomás de Aquino."Hoje, as sociedades ocidentais secularizadas estão em declínio, pois falta um enraizamento nas suas tradições cristãs. Elas retomarão vigor e tornarão a ser fecundas na medida em que os indivíduos, frente ao anúncio do Evangelho, desejarem se tornar pessoas em comunhão profunda com Deus em Cristo. O anúncio de uma antropologia trinitária poderia, portanto, reavivar a esperança", finaliza


Fonte:

Canção Nova, com informações de L'Osservatore Romano (em italiano - tradução de CN Notícias)

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