quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Futuro de cristãos no Oriente Médio é incerto, diz arcebispo


O futuro dos cristãos nos países de maioria muçulmana tornou-se incerto" e, apesar de a "Santa Sé estar comprometida e não deixar de lutar em prol dos cristãos para que permaneçam em suas terras, o movimento de emigração parece neste momento irreversível".Soa como um último apelo à comunidade internacional o discurso que o presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, fará em Sofia (Bulgária) nesta sexta-feira, 5, durante o Encontro da Hierarquia católica oriental da Europa. "As Igrejas Orientais, Católicas e Ortodoxas, ainda se encontram em situações de grande dificuldade, como também o cristianismo no Oriente Médio", complementa Dom Vegliò.Ele recorda também a migração dos cristãos para a Europa e outros continentes:"Os cristãos, especialmente os jovens, em muitos dos países da área (Líbano, Síria, Iraque, Irã, Egito, Líbia, Israel, Palestina, etc. ), nas últimas décadas, deixaram sua terra natal em número significativo. Os trágicos acontecimentos da guerra e a situação social, econômica e política no Oriente levaram-nos a procurar outros lugares para um futuro melhor para si mesmo e para seus familiares. [...]Verifica-se, portanto, todos os dias, um declínio progressivo da presença cristã em todos estes países". O presidente do Pontifício Conselho explica que a emigração dos jovens cristãos faz com que eles tenham de se inserir em diferentes contextos culturais e sociais com todos os benefícios e desvantagens que isso implica. Nesse cenário, prossegue, "a Igreja Católica vê com preocupação os problemas sociais emergentes, como o desemprego e o envelhecimento da população nos países de origem".Embora a ação caritativa das comunidades cristãs seja uma resposta imediata a esses desafios, é crucial, obviamente, um compromisso político também em nível mundial que enfrente as causas da migração, especialmente a pobreza, a violência, a perseguição, a injustiça, o subdesenvolvimento e o desemprego."Igualmente decisivo é o compromisso cultural, isto é, a formação à centralidade das pessoas, a oposição à xenofobia, muitas vezes incentivada pela mídia, e apoio à integração para salvar a identidade das pessoas", diz.
Montagem sobre fotos / Arquivo
Em países de maioria muçulmana, a perseguição contra cristãos tem se intensificado nos últimos anosAtaque no IraqueEm Bagdá, ainda é forte a dor e a tristeza após o ataque realizado no domingo contra a catedral sírio-católica. Nos últimos dias, multiplicaram-se as mensagens de solidariedade provenientes de todas as partes do mundo. Uma delas foi expressa pelo Patriarcado Latino de Jerusalém, enquanto uma mensagem de pêsames foi enviada ao Papa pelos Católicos da Silícia dos Armênios Aram I. Um grupo iraquiano ligado à Al-Qaeda voltou, na quarta-feira, 3, a atacar os cristãos no país do Golfo, definindo-os como "alvos legítimos" de violência. O grupo denominado Estado Islâmico do Iraque havia dado ultimato para a libertação de duas mulheres da Igreja Copta do Egito convertidas ao islamismo e mantidas, segundo eles, nos mosteiros do país. A circunstância foi desmentida pela mesma Igreja Copta e pelas mais altas autoridades religiosas muçulmanas do Egito. A Rádio Vaticano ouviu o Arcebispo sírio-católico de Bagdá, Dom Athanase Matti Shaba Matoka, que ressalta a tristeza do que ocorreu no último domingo e dá voz às preocupações da comunidade cristã iraquiana:"Certamente, foi um dia triste. No domingo, dentro da Igreja, perpetrou-se um massacre. Os cristãos se perguntam agora como podem ainda permanecer em um país onde eles são tratados dessa maneira. Certamente não é o governo, é a Al-Qaeda ou não sei quem mais que está por trás desses ataques".Entretanto, continua, "a Igreja encoraja, nós encorajamos os nossos fiéis a permanecerem, apesar de tudo isso. Quando há eventos como o de domingo passado na nossa catedral, o que se pode dizer? É difícil dizer: fiquem aqui. É doloroso! Do ponto de vista humano, existem normas de respeito dos direitos humanos fundamentais, que neste país deveriam ser respeitadas", finalizou.
Fonte:Rádio Vaticano

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