quarta-feira, 20 de julho de 2011

Encerrado o Seminário de Comunicação para os bispos no RJ

Uma série de palestras marcou o encerramento do 1º Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil (SECOBB), neste sábado, 16, no Centro de Formação Sumaré, no Rio de Janeiro. O evento, que começou na terça-feira, 12, reuniu mais de 60 bispos de todo o país e foi promovido pelo Pontifício Conselho para as Comunicações Socias, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Pouco antes de terminar, o Seminário teve a visita do padre Zezinho, que ontem foi homenageado na PUC-Rio, pelos seus 70 anos, com um show que contou com a presença participantes do SECOBB. Pe. Zezinho falou aos bispos da necessidade de investimento em comunicação na Igreja.

“Comunicação precisa de investimento econômico e de pessoas capacitadas”, disse. Ele criticou a presença de “pregadores da fé” que estão na mídia “despreparados” e pediu que os bispos sejam exigentes com os comunicadores cristãos.

“Está havendo muitos deslizes doutrinários nas canções e nas mídias. Está faltando doutrina e catequese. Estamos na época da excrescência em que o mensageiro está maior que a mensagem. Desta forma não há Igreja que resista”, observou. “Sejam exigentes com seus comunicadores. O pregador da fé tem que aceitar controle”, acrescentou.

Conferências

Os bispos tiveram uma manhã cheia antes do encerramento do Seminário. Foram quatro palestras após a missa presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, às 7h, na capela do Centro de Formação Sumaré.

Caixa de Ferrramentas

O consultor educacional, Ricardo Quaresma Chagas, apresentou o projeto “Caixa de Ferramentas”, que visa ajudar os jovens a usarem de forma adequada as diversas mídias. Com um ônibus equipado com estações de TV e rádio via web, tablets, laptops e projetor de vídeo, Chagas promove atividades em ambientes como shoppings, igrejas e escolas. Seu objetivo é levar os jovens a usarem as novas mídias de forma cidadã e responsável.

“O material tecnológico não gera vínculo porque é individual. No espaço virtual é que os jovens colocam a realidade deles. A geração digital não tem vida real: não namora, não brinca, não sabe conversar. A juventude não está perdida, mas desamparada”, considerou.

Desafios

O padre Gildásio Mendes dos Santos falou sobre os desafios da comunicação institucional da Igreja no contexto da cultura midiática. Ele defendeu que a verdadeira mudança na sociedade atual não é tecnológica, mas humana.

“[A mudança] Não é uma revolução digital, tecnológica, mas relacional”, afirmou. “A mudança humana e relacional na era das novas tecnologias está arraigada na força dos valores percebidos e novo estilo de vida. Neste novo contexto, surgem novas oportunidades para aproximar, dialogar e interagir para evangelizar as novas gerações institucionalmente”, completou.

RIIAL

A coordenadora da Rede de Informática da Igreja na América Latina (RIIAL), Leticia Saberon, expôs para os bispos a finalidade e o trabalho da RIIAL. De acordo com a coordenadora, na Igreja, é preciso abandonar o trabalho individual e partir para o trabalho em rede.

“Um grande inimigo da comunhão é o individualismo pastoral”, sublinhou. Ela destacou a importância da comunicação interna da Igreja. “A comunicação interna expressa a comunhão que está no coração da Igreja, favorece uma ação harmônica das áreas de trabalho e evita a sensação de exclusão”, acentuou.

Segundo Letícia, a RIIAL nasceu em 1987 para facilitar a comunicação entre os bispos e depois se expandiu para os países. “A RIIAL tem quatro pilares: chegar aos últimos, ser mesa comum onde todos colocam o que têm, ter tecnologia segundo a necessidade de cada um e não basta a tecnologia”, esclarece.

Pascom

A última conferência da Seminário foi sobre a Pastoral da Comunicação, proferida pela professora Rosane Borges e Irmã Élide Fogolari, assessora da Comissão Episcopal para a Comunicação Social, da CNBB, organizadora do evento.

Rosane defendeu que a Pastoral da Comunicação deve estar afinada com as reflexões e teorias da comunicação, tendo como base as orientações e documentos da Igreja. “É fundamental que as ações da Pascom sejam suportadas por fundamentos teóricos e éticos que orientem o agente de pastoral a ser um gestor importante dos processos comunicativos na comunidade”, disse.

Um dos desafios da Pascom, segundo Rosane, é tirar a informação e a comunicação do império da tecnologia. “Pensar a passagem da informação à comunicação significa destecnologizar a comunicação, recolocando a técnica no seu devido lugar”.

Já irmã Élide acentuou que a Pascom não é mais uma pastoral, mas serviço de comunhão. “Pascom é o eixo transversal de toda a ação pastoral da Igreja. Ela permeia as demais pastorais”, explicou.


Fonte: CNBB

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